domingo, 10 de novembro de 2013

A celebração da insensatez


Vamos comemorar 
a véspera do escarro
A morte do afago
o sentimento que se findou.

Vamos comemorar
o mês que não completou
O amor que acabou
a inocência que se perdeu

Vamos comemorar
o que poderíamos ter sido
O que restou do amigo
nossa vida amarela

Vamos comemorar
o que deixamos de dizer
O que ficou por acontecer
o que deixamos o vento levar

Vamos comemorar
a falta de sentimento
A invalidez do momento
que roubaram de mim

Vamos comemorar
vamos celebrar
Para quem sabe um dia
possamos aprender à amar.

- Bruna Barbosa -
11/11/2013


terça-feira, 5 de novembro de 2013

O naufrágio do amor


E o silêncio deste quarto torna-se tão avassalador,
invadindo todos os meus pensamentos.
Na triste incerteza da dor,
relembrando cada momento.

Os cheiros que me rodeiam
nada se parecem com o teu.
E o que fazer com este tormento,
se meu acalento precisa de colo seu.

Dois tristes e distantes,
naufragados pelo amor.
E seus corações tão inconstantes,
clamam pelo fim desta dor.

A metade que não mais me pertence
um estranho que um dia tão bem conheci.
Resistentes do desespero e da solidão,
escrava de memórias do que vivi.

E ao ausentar-te de mim
levou contigo um pedaço do meu coração.
Dando continuidade a melodia
desta triste solidão.

- Bruna Barbosa -
03/11/2013

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Traços de ti


" A paz invadiu os nossos corações
e nos subtraiu para o seu mundo.
Esse momento que agora se tornara um instante de tempo,
se esvazia como a cinza dos nossos cigarros.

E você a me afagar
completava em mim um sentimento bom.
Não ligo se é amor ou amizade vaga,
como dizia Chico César.

O que sinto ao estar contigo
é o que nos transporta do marasmo.
E tal sentimento ao propagar-se
nos contagia e invade.

Como uma boa brisa de verão
que banha nossos corpos.
Nos sacia e alivia nossa dor.
De outras feridas,
de marcas antigas.
Que, um dia, alguém deixou. "

Bruna Barbosa -

quinta-feira, 26 de setembro de 2013



De repente fui sugada para um universo paralelo, uma atmosfera que nos envolvia de tal forma que a única coisa que nos completava era um ao outro.
A sua contemplação me tirava de órbita, teu cheiro, teus toques, teu beijo! Estes me traziam emoções e sentimentos que tampouco as palavras podem descrever. A música coroava tal momento digno da eternidade, momento que não precisava ser visto, enxergado. A luz não mais nos importava e o outros sentidos despertavam em nós sentidos até então desconhecidos, era uma plena sintonia onde nossos corpos pareciam imantizados perante a tanta energia que os nossos corpos emanavam.
Tais sentidos, tão entorpecentes nos levaram para uma órbita onde nada mais importava.
Talvez agora não consiga transparecer em palavras tudo que fora sentido, talvez seja assim, quando algo é intenso demais, verdadeiro, apenas se pode sentir, não mais rimar, tampouco expressar em palavras.
Mas, por hora, deixo tais palavras darem início a este momento, que talvez seja o início de tudo, e mesmo se não for não me importo, porque sei que ali reside a eternidade, a nossa eternidade!

Bruna Barbosa.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Embriaguez de amor


Fecho os olhos, minha respiração torna-se ofegante, como quem anseia por algo. Seu perfume penetra em meu corpo sem pedir licença, como quem invade e fica, sem permissão, sem querer!
Meus lábios tocam o seu corpo, tão quente para quem dizia ser gélido. Seu gosto adocicado me embriaga, faz-me perder o tempo, a memória, o espaço.
Seus dedos tocam o meu corpo, tão suavemente que, ao intensificar-se, arrepia cada parte de mim. O calor de nossos corpos se encontram, nossa respiração torna-se sincronizada.
A energia que emana do seu corpo me envolve de tal maneira que, agora somente o que quero é te sentir. Minhas mãos percorrem o seu corpo, tão esbelto! Seus lábios vagueiam pelas linhas sinuosas do meu corpo, como quem busca algo. Passeia por entre as minhas coxas, ventre, seios, pescoço e repousa em meus lábios, que o aguardam tão ansiosamente. Então me beija, e completa esse êxtase que me toma ao te sentir por inteiro em mim.
No calor do momento minhas unhas cravam em suas costas e, como se me ausentasse da realidade, damos um último suspiro, embriagados por esse doce prazer de amar.
Teu colo então se torna o meu abrigo, e teus olhos tão aconchegantes que repouso sobre eles sem pudor, sem medo, apenas acalentada pelo nosso amor.
O cansaço nos rouba por um momento, mas essa noite, ao menos essa noite, dormirei com teu cheiro em mim!

Bruna Barbosa.




Aprecio-te como quem aprecia uma boa cachaça pela primeira vez!
No início o gosto não parece tão agradável e não sabemos se queremos mais, depois torna-se cada vez mais doce, mais envolvente, até que lhe embriaga completamente e, quando se dá conta, estamos completamente tomados pelas sensações trazidas por tal embriaguez.
Se prestarmos atenção conseguiremos reconhecer cada aroma nela presente, e ver que seu envelhecimento à tornou cada vez mais entorpecente, então nos rendemos e compreendemos o mistério e a beleza de ser o que é.
Quero entorpecer-me em ti, embriagar-me em teu cheiro, me embebedar em teu gosto e em teu corpo repousar todos os meus desejos para que, juntos, possamos fazer a simbiose perfeita que nos tire desse marasmo, que nos roube da rotina e que enobreça nossos corações!

Bruna Barbosa.
29/07/2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A emersão feminina



Levanta-te mulher
e acordas para o mundo
Fazes o que quiser
pois tu podes tudo

Levanta-te mulher
vamos mudar a sociedade
Abandones esta colher
vamos lutar de verdade

Mostre a tua cara
e solte sua voz
És joia rara
tens a alma feroz

Tire a sua roupa
ou ponha-se a vestir
Sejas louca
comeces a se permitir

Levanta-te mulher
ponha-se a sorrir
Esqueças o seu mal me quer
vais conseguir

Comeces a se amar
encontres um sentido
És bela como o mar
vá curar o que foi ferido.

Bruna Barbosa.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Coração socialista



Longa estrada que me leva
pelo anseio de lutar.
O ideal me carrega,
e a saudade me faz voltar.

Longa estrada és meu caminho,
para as amarras desatar.
Nesta luta não sigo sozinho,
o Sol ainda há de brilhar.

O Sol amarelo e vermelho,
com as cores de uma nação.
E refletir no espelho,
o socialismo em meu coração.

Longa estrada que me faz avançar,
rindo, chorando, conhecendo gente.
Que faz-me apaixonar
pelo brilho de uma mente.

Se preciso, pinto o meu nariz,
grito o mais alto que puder.
Mostro desde a sua raiz,
o socialismo que a gente quer.

Levanto a poeira do chão
e vou pôr o bloco na rua.
Ao imperialismo, digo não,
ao feminismo, me entrego nua.

Sou feita do povo, raça e cor,
com alma negra e sangue latino.
Defendo toda forma de amor,
ás vezes boba como um menino.

Minha casa é o mundo,
e o mundo está em mim.
Tenho pouco, mas tenho tudo,
a vida me ensinou a ser assim.

Sou pura essência,
me faço permitir.
Da vida levo a experiência,
de que sempre posso sorrir.

Bruna Barbosa.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Palavras expostas


Tentei escrever poemas, mas a sua lembrança me tira a concentração. Então, me vejo perdida entre as estrofes e sinto-me incapaz de rimar. Quero apenas que você saiba o quanto és importante para mim, o quanto faz falta em minha vida e o quanto o seu perfume me é essencial.
Essa distância se torna imensa cada vez que me pego amarrada nas lembranças. Porque não vem me ver? Correndo, sorrindo. Preciso do seu abraço!
Depois que marcou teu jeito em mim, me sinto parte de ti, parte do que você é e isso me faz, cada vez mais, me encantar por ti.
Me deixa curar tuas dores, te fazer carinho, te trazer pro meu colo e colorir os seus dias. Não sinta medo, nem se retraia, se permita! Prometo que vou saber te esperar, serei paciente e vou te escutar, só não demore muito. Já te espero à tanto tempo, você nem imagina!
Mas vou estar aqui, esperando o dia que você possa me amar!

Bruna Barbosa.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vinho



Doce de cor purpura, seu aroma me leva a loucura,
melhor que muita companhia, ao sentir seu sabor me inspiro em promessas.
Me leve ao passado, me faça sorrir,
assim como desbloqueia os sentimentos mais profundos.
A sua ressaca é compensadora,
o melhor da dor do corpo e a dor do coração.
Pois de goles em goles abro o tempo,
e não percebo que os dias a vir não passam desconhecidos.
E ao passado devo o meu estado de alegria,
a sua companhia me leva a essa consolidação.
Há doce vinho, sua magia que agora acaba,
acordo sozinho e sinto a dor voltar.
Será que é um vício? Uma alternativa?
Uma realidade ou vontade de mudar?!
Não importa onde estou, nem sei quem mesmo sou,
mas com você posso me encontrar.
Posso mudar, posso sorrir,
mas antes de acabar, nem me deixe sentir.
A dor, que me acompanha,
neste mundo sombrio e cheio de ilusão.
Obrigado querido vinho!

Diego Tanaka do Nascimento